sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A PASSAGEM PELO COLÉGIO

Olá amigos

Ele esteve três anos na escola publica porque chumbou na 2ªclasse, ao fim desses três anos então é transferido para o colégio

Como houve o problema com a professora da escola anterior, o Nuno ficou sinalizado na Drec, porque até aí não havia indicação nenhuma

Contamos á directora do colégio, que ele andava em consultas na pédopsiquiatria e que era uma criança com problemas, já para não haver surpresas, falamos também com a professora e ela disse que iria fazer o melhor

Então por sua vez o colégio pediu uma reunião com o encarregado de educação, com o pédopsiquiatra na altura e com a Drec
Reuniram-se todos na pédopsiquiatria e ficaram a saber mais sobre o Nuno e como haviam de reagir ás situações

O primeiro ano correu mais ou menos com professora de apoio que nós pedimos, e o colégio aproveitou em beneficio de outros meninos

O Nuno e outras crianças com deficiência estão protegidas por um decreto lei 3/2008 ou seja que usufrui de medidas educativas especiais

No segundo ano ou seja na 4ª classe, as coisas já não funcionaram tão bem, então começa as queixas , a directora do colégio a marcar reuniões com todas as entidades e o médico sempre a dizer o mesmo "que ele tem um problema" mas não especifica qual o problema, já andamos tão cansados que o pai Jorge ( como o Nuno chama) pede uma reunião ao médico e confronta-o e o médico disse"o que o Nuno tem é muito grave e eventualmente iria encaminhar para uma esquisofernia"o Jorge chegou a casa e contou-me como devem imaginar fiquei revoltada com o médico, fartei-me de chorar mas pensei não, vou procurar outro médico e como eu conhecia de nome o Dr.Luís Borges (porque tomei conta de uma criança mongloide e foi esse médico que detectou) não hesitei marquei consulta para ele, foi espectacular assim que o Nuno entrou, falou com ele falou connosco e disse logo que o Nuno tinha o síndrome de asperger, depois explicou-me tudo como havia de agir com ele e não ceder ás chantagens
Apesar de tudo fiquei mais aliviada a doença do meu filho afinal tinha um nome

Voltando á escola as coisas continuavam a correr mal, até que um dia um aluno, fez qualquer coisa ao Nuno que ele não aceitou muito bem e reagiu mal, ao reagir contra o outro aluno uma professora (que não era dele) vai por trás dele e agarra-o, ele por sua vez reage empurrando a cabeça para trás para se libertar, como a professora era baixa ele acerta-lhe sem querer na boca, chamam logo o pai para ir buscar o Nuno, aonde o pai Jorge pede desculpa á professora e se ela tiver que ir ao hospital paga o que for preciso, aonde ela aceitou o pedido de desculpas

Passado três dias, chego a casa de um dia de trabalho, toca o telefone era da policia havia uma queixa de uma professora que tinha sido agredida a murro e a pontapé pelo meu filho, que iríamos receber uma carta para irmos á S.P.S.J. que é uma entidade de crianças mal tratadas, e abandonadas, o mundo nesse momento caiu-me em cima, pensei vou ficar sem o meu rico filho, foram horas de angustia que nem imaginam, não dá para escrever o que senti uma revolta tão grande

No dia a seguir o Nuno não foi á escola, e lá fomos á tal dita entidade, chegamos fomos recebidos por uma psicóloga e uma assistente social, fizeram-nos perguntas , falaram com o Nuno e chegaram á conclusão que ele estava em risco, mas era na escola e não em casa, mas mesmo assim teve que haver um tipo de audiência com testemunhas e tudo mas sem o Nuno
Conclusão como era o estado contra o estado, e nós tinha-mos uma declaração do Dr.Luís Borges como o Nuno era autista ficou tudo sem efeito
Quem ainda ficou mal vista foi a professora, porque mentiu e fez a participação só passado três dias, ela ainda queria que nós pagássemos a consulta de um dentista particular, e o advogado disse para ficar assim ou quem tinha que pagar era ela, pelos danos morais

A escola continuou mais tranquila, mudamos de médico o Nuno ficou então a ser seguido pelo Dr.Luís Borges e quando finalizou a escola o Nuno passou para o 5º ano, a directora queria que o Nuno continuasse no S.Pedro que pertence ao colégio mas nós não quisemos , porque achámos que foram muito injustas para connosco

Então novo ano nova escola, pedimos ajuda á Drec para nos aconselhar uma escola mais adequada ao problema do Nuno

E por aqui fico, vou passando e vou escrevendo

Muitos beijinhos do tamanho do Mundo

26 comentários:

Branca disse...

Muitas peripécias e angústias Paula, não é fácil neste país ter um filho diferente...! é uma luta constante, mas realmente como diz a Grala atràs não tiveram mesmo sorte com as primeiras escolas e professores.
Quer-se fazer intregração, mas não se dá meios, ninguém neste país está preparado para as pessoas diferentes, não há formação, nem nós cidadãos anónimos temos essa preparação e também temos a obrigação de saber interagir com todos. Mas, parafraseando mais uma vez a Graça, tudo se resolve com uma boa dose de sensibiliade que é coisa que também vai faltando por aí...
No entanto deve ter esperança, ainda existem muito boas pessoas e com muito boa formação que hão-de levar o Nuno a bom porto.
Nós vimos aqui dar a nossa forcinha para que no novo ano escolar possa ter a serenidade que precisa para a resolução de todos os problemas.
Um grande beijinho.
Tenham um bom fim de semana e uma beijoca para o Nuno.
Branca

Branca disse...

Voltei, só para corrigir dois erros:
o É a seguir ao ponto de exclamação, que ficou minúsculo e "Grala" quando queria dizer Graça. É a falta de férias...as festas e aquele champanhe italiano, lembram-se? Tem rendido, ando a brindar todas as noites, pouquinho de cada vez, já me ri ontem com duas das nossas amigas. Quarta feira foi pela saúde do Jorge, no dia seguinte pela do Jorge e de nós todos e então eu e a filha chegamos à conclusão que assim os hospitais iam à falência e logo a seguir brindamos outra vez à falência dos hospitais.
Já não sei se foi a Albertina ou a Linda, (falei com as duas, uma a seguir à outra) que me disse:
"Ficam só as maternidades!"
Achei tão giro!
A autora da frase que me avive a memória, que está na falência (eheheh! Será do tal champnhe?!).
É que estamos a ficar todas tão parecidas no humor desde que frequentamos aquele blog do meu afilhado, que já nos confundimos...
Influências dele!
Pois, já que me lembrei vou de seguida brindar então às maternidades e por falar em maternidades se quiserem deiam os parabéns à Isabel da "Casa de Venância", nasceu hoje o seu primeiro neto, acho que vai ser muito importante para ela, é para todas as avós, mas especialmente para ela...
Beijinhos.
Branca

http://casadavenancia.blogspot.com/

To e Li disse...

Olá Paula
Fico sempre muito comovida,revoltada,chateada etc...
Muitas vezes nem nos apercebemos muito bem como vai este País,imagino a sua luta e o seu sofrimento...
Conheço o Dr Luis Borges e acredite que o Nuno está em boas mãos, foi paciente dele em 1993 e só posso dizer o melhor
Não desanime estamos cá todos par lhe dar força, vai ver que vai conseguir
Amiga Branca a frase "ficam só as maternidades "foi eu, deixe lá andamos todas baralhadas eheheheheh
Beijinhos
Uma Jokita para o NUNO
Linda

Albertina disse...

Paula
É o que a Branca diz: não estamos preparados para a diferença. Nesta terrinha de gentinha que só olha para o seu umbigo não aceitamos os deficientes, os negros, os homosexuais, os ciganos...
Há muita falta de preparação de técnicos para lidarem com a integração de pessoas diferentes. Eu tenho uma filha assistente social a servir cafés. Porque as instituições acham que não necessitam desses técnicos...
E depois é o que se vê...
Um dia conto-lhe os problemas que tivémos com a integração de um sobrinho adoptivo na escola... (com uma doença grave: é preto!)
Sei o que é ser acusado injustamente por tudo o que de mal acontecia e sei o esforço que tivémos que fazer para não desatar à chapada a alguns professores...
Calculo que o seu drama seja diário, para além do drama pessoal de lidar com a doença do Nuno.
Mas Deus é Pai, Paula, e há-de ajudá-la a ir ultrapassando essas barreiras com coragem e determinação que só uma Mãe tem!
Beijinhos e um bom fim de semana

Albertina

Elisabete disse...

Paula,
O seu texto deixou-me sem palavras.
Como é possível, alguém com a formação de um professor, agir daquela forma?
Todas as crianças precisam de muita compreensão e crianças como o Nuno, ainda mais.
Em várias profissões, entre elas a de professor, as pessoas deviam ser submetidos a testes rigorosos, de forma a só admitirem nesses locais, as pessoas que tivessem vocação para isso.
Quando fazemos as coisas com amor, fazemo-las tão bem!!!

Desejo que o Nuno tenha melhor sorte este ano Escolar. Ele e vocês bem merecem um pouco de PAZ.

Bom fim de semana

Beijinhos

Elisabete

Carecaloira disse...

Amiga,

não te esqueças que o pior já passou, se Deus quiser o próximo ano lectivo vai ser só de alegrias.

E eu estou sempre aqui.

Beijinhos grandes

Mrs. Sea disse...

Paula, faço minhas as palavras da Elisabete...
Para se ser professor, médico e enfermeiro é preciso ter vocação para tal... lidamos com pessoas e não com coisas... Há sentimentos e personalidades que devem ser respeitados...
O que lhe desejo é tudo o que de bom há na vida... O Nuno certamente terá uma boa vida, porque teve a sorte de ter uma boa mãe!
Bjins

Albertina disse...

Olá Paula

Pouco mais há dizer sobre o assunto... Não é por dizermos que as coisas estão mal que elas vão melhorar. Todos nós temos um papel na sociedade e devemos utilizar os nossos direitos sempre que sentirmos que somos ofendidos. Reclamando, chamando a atenção, gritando as injustiças...
Penso que a Paula já lutou bastante pelos seus direitos e pelos do seu filho...
Mas o caminho faz-se caminhando e, certamente, ainda terá que gritar algumas vezes.
Por isso só lhe desejo FORÇA, CORAGEM E ESPERANÇA por dias melhores...
Beijos e bom domingo

Albertina

paula disse...

força Paula!!!
queria só deixar uma nota:
O decreto lei 319 foi alterado e desde o fim deste ano lectivo que o ministério se orienta por outro documento...é bom que se informe sobre isso...
beijinhos

Unknown disse...

Olá Paula
O teor do seu comentário deixa-me sempre com um nô no estomago ,infelizmente nâo é novidade para mim o que descreve porque conheço um pouco das necessidades educativas especiais do nosso sistema educativo .
A inclusâo é para mim necessária mas se nâo houver apoio e formaçâo pode ser um drama .
A lei 3/2008 que refere veio substituir a 319 infelizmente é mais restritiva e ficam muitas crianças de fora sem apoios .
um abraço e uma beijoca para o pimpolho.
jorge henriques

To e Li disse...

Olá Paula!!!
Bom Domingo para todos
Beijinhos e uma jokita para o NUNO
Linda

Carecaloira disse...

Amiga,

tou quase a chegar...

beijocas lentas!! hihi

Graça Lopes disse...

Melhor sorte na nova escola é o que desejo."P'ra melhor está bem, está bem..." Vai ver que há-de encontrar verdadeiros professores, daqueles que amam a sua profissão e os seus meninos e o Nuno há-de ser amado também pelos professores! Sorte dele ter uns pais que não desistem da sua felicidade. Beijos para o Nuno e para si.

To e Li disse...

Olá Paula!!!

Hoje deu-me pra iniciar o meu blog,mas sou muito lerda bem queria adicionar uma foto mas foi em vão.
Pelo menos comecei eheheheheh
Tem a porta aberta
Beijinhos
Linda

Anónimo disse...

Tenho hoje a honra de, pela primeira vez, deixar um comentário num blog. E digo que é uma honra por ser o blog que é e por ser o blog de QUEM é. Conheço a mãe Paula, o pai Jorge e o puto Nuno. São uns porreiraços! Conheço as angústias, os desencantos, os desânimos,por que têm passado. Conheço as injustiças, a incúria, a negligência, a desresponsabilização, (a maldade até !)com que se têm deparado. Sei das "bofetadas" que têm levado e das portas com que têm levado na cara. Mas há sempre uma luzinha ao fundo, uma réstea de esperança, algo a que se têm que agarrar para não pederem a força de lutar por um amanhã melhor. E ele há-de vir. Temos que acreditar. Um dia de cada vez. Se num dia algo corre mal, logo no outro vem uma alegria. Vamos em frente! Todos juntos venceremos os podres desta sociedade. Temos que os vencer. Nem que seja essa a nossa missão nesta terra.
Como já me estou a esticar no discurso - e ainda nem sei se vou conseguir que este texto siga viagem - hoje vou ficar por aqui.Tenho muito mais para dizer. Mas a seu tempo. Eles sabem como eu sou, não sabem? Já agora o meu agradecimento a todos os que têm enviado comentários e que, dessa forma, estãoa ajudar estes pais a ir em frente. Eles merecem tudo.
Um grande abraço
Isamonte

Albertina disse...

Olá Paula

Mais um dia se passou, amanhã (hoje) será outro e depois outro...
Todos os dias nós, mães, temos as nossas dúvidas, angústias, alegrias, decepções, esperanças... Os nossos filhos não são perfeitos, mas nós também não! Temos que ir vivendo cada momento dando-lhe a importância que ele merece.
Acredito que os seus dias sejam mais difíceis do que os meus, por isso lhe reafirmo a minha total disponibilidade para ajudar no que me for possível.
Boa semana para si, marido e Nuno!
Beijinhos

Albertina

Elisabete disse...

Olá Paula!

Embora, nem sempre possa escrever, passo cá todos os dias.
És uma mãe excepcional, o Nuno tem muita sorte em ter uma mãe assim.
Com os valores que lhe estás a transmitir, estás, com toda a certeza, a criar um menino lindo.
Bem... por fora eu já conheço e é mesmo um "gato"...lindo, lindo!!!

Beijinhos para ti e para toda a família.

Elisabete

P.S. Estou praticamente de férias...andarei um pouco mais ausente, mas sempre com vocês!!!

Elisabete

Anónimo disse...

olá Paula
Gostei de ler continua sempre assim, k a tua força seja igual á minha.

beijinhos
Pedro

Carecaloira disse...

Amiga,

passei só para deixar beijinhos.

Albertina disse...

Olá Paula

Também de passagem para um beijinho de boa noite.
Tudo de bom.

Albertina

Teresa disse...

Sei, na perfeição, do que fala.
Leio estes relatos e consigo vislumbrar todos, mas todos os cenários escolares (lamentáveis) que envolveram o dia-a-dia do Nuno na escola.

Não consigo escrever mais do que isto...

Vou lendo e reflectindo.

Abraço imenso, querida Paula.
Beijo forte ao Nuno.

Anónimo disse...

Paula

Hoje, deixei de olhar só para a minha saudade chamada David.
E também não olhei, só, para o novo rapazinho e pais...
Olhei para si.
O sofrimento de qualquer mãe pelo seu filho é único. Cada filho é apenas aquele filho - esteja ele doente, seja ele infeliz, seja "fraco" aluno, ...
Não interessa.
Não há comparações a fazer.
a sua dor não é menor nem maior que a minha.
É apenas a sua, de momento.
E é só isso que conta.
Quantas vezes, não andei triste e sombria por ver um dos meus filhos tristes, não realizados no amor ou na profissão, ou outra razão qualquer (que, agora, perdeu importância).
No sofrer, tudo é relativo.
Existimos em função de quem temos à volta.
Vivemos no nosso pequeno mundo...mas que é o nosso.

Sou professora de Português e gosto muito; contacto com jovens há 34 anos. Assisto à aflição de pais que desesperam porque os filhos não estudam, não vão ter boas notas para irem para Medicina, não falam com eles em casa, só querem ir ter com os amigos, portam-se mal na escola... etc...
Esses pais sofrem genuinamente.
Quando posso, sorrio-lhes, acalmo-os e explico-lhes que ser adolescente é isso - uma dor de cabeça para os pais.
E também já tive alunos com problemas vários; portadores de alguma deficiência,...
Vejo pais carinhosos, que pedem ajuda. Mas, nem sempre, os professores estão capacitados para os ajudar. É difícil...nunca nos ensinaram como. E vamos indo, vamos tacteando.
Também teho medo; não conheço o mundo interior dessas crianças.
Por isso, compreendo-a bem.

Não mereço mais solidariedade do que a Paula.
Os nossos sofrimentos e angústias são diferentes e são iguais.
São os nossos filhos. Somos egoístas...somos mães.

Um abraço
Isabel Venâncio

Branca disse...

Paula,

Venho dizer-lhe boa noite, falar consigo e encontro outra querida amiga, a Isabel Venâncio. Fiquei comovidíssima com o seu comentário, lúcido, lindo, solidário, mas o que mais me comoveu foi a sua força, a força de sair da sua "casa" para chegar aqui, a força de agir, de a esta hora em que costuma estar no seu sítio, na sua saudade ter vindo dar a mão a outra mãe.
Tenho a certeza que neste momento o david está feliz e muito orgulhoso, como me parece que sempre esteve, da mãe que tem.
Obrigada Isabel por este momento que me fez viver em lágrimas de emoção e alguma alegria por a ver caminhar neste sentido.
Abraço-a cainhosanmante e à Paula deixo o meu beijinho de sempre.
Outro para o Nuno.
Branca

paula disse...

passei para deixar um beijinho
Paula Padinha

Carecaloira disse...

isto de teres mais mensagens do que eu acaba triste!!!

Beijocas quase de regresso

Anónimo disse...

zOlá Paulinha!
Finalmente consegui entrar no teu blog.
Fiquei muito impressionada com o que li.
Uma pessoa que está de fora nem se aprecebe que uma diferênça possa causar tanto sofrimento.
Na minha opinião isto também se deve a sociedade que ainda está muito aquem daquilo quera suposto estar. Por vezes nem parece que esta,mos no sec. XXI.
Seja como for o Nuno é teu filho e se por um lado, tens de superar certos obstáculos por outro lado, tenho a certeza que ele também te trás muitas alegrias. É nessas alegrias que te tens de apoiar para arranjar força para enfrentar as dificuldades.
Força miguita!
Bjs!

Vânia